Cinema em Goiás

A realidade do Cinema Goiano pode ser dividida em formação, produção, comercialização e exibição. Para realizar uma síntese e para o conhecimento para um público que desconhece o cinema em Goiás, trataremos de analisar cada uma destas atividades para desmistificar o nosso cinema, de uma forma simplificada e pedagógica.

Os primeiros realizadores de audiovisual em Goiás eram autodidatas, cinéfilos e sonhadores. Muitos realizavam cinema sem formação audiovisual e nos anos 70, através da influência dos cineclubes que era a escola audiovisual existente. No Brasil, os primeiros cursos de Cinema Profissional universitário se criaram nos anos 60. A Universidade Estadual de Goiás abre o Curso de Cinema no Campus Laranjeiras em Goiânia em 2008. Em 2014, na cidade de Goiás, o Instituto Federal de Goiás oferece o Bacharelado em Cinema e Audiovisual. Os cursos formam profissionais aptos para atuar nas áreas de Direção, Fotografia, Roteiro, Produção, Som, Edição, Montagem, Cenografia, Figurino, Animação, Pesquisa e tantas outras atividades do Cinema.

A Produção Cinematográfica em Goiás é muito forte em curta metragem, estimulados pelos cursos de cinema, onde os alunos devem realizar filmes semestralmente para as disciplinas do curso, os festivais que se transformam em uma plataforma de exibição e esperança de conquistas e prêmios e principalmente os editais públicos no âmbito municipal, estadual e federal. Recursos insuficientes para uma criação variada, porém estimulam a produção de forma considerável, podemos perceber isso nas listas dos proponentes dos editais. A produção de média e longa metragem ficam restritas aos sonhadores e realizadores que conseguem algum financiamento adicional.

No âmbito da exibição, as principais plataformas são os cinemas comerciais nos shoppings de Goiânia e de algumas cidades do interior. Com uma programação engessada pelas grandes distribuidoras de cinema internacional, exibindo Blockbuster (filmes americanos ou globais), em Goiânia contamos com o Cine Cultura, um espaço alternativo de cinema, gerenciado pelo Estado e com uma grade diversa que se encontra na Praça Cívica da Capital. O Goiânia Ouro, um multi espaço com sala de cinema e teatro e que no momento parece abandonado pela prefeitura e o Cinema Ritz, o último cinema de Rua que exibe filmes comerciais, porém que conta com uma infraestrutura interessante de imagem e som. Não podendo esquecer ainda os cinemas pornôs que se encontram no centro da cidade e que reservam sua história e programação.

Os Festivais são outros espaços de exibição temporária. Em Goiás encontramos eventos cinematográficos já consolidados como é o caso do FICA na cidade de Goiás, que se encontra em sua 24ª edição e que transforma a cidade em um cenário cinematográfico durante o Festival. O Goiânia Mostra Curta que se encontra em sua 22ª edição e tantos outros festivais que se transformam em uma janela de exibição para a produção local. Podemos dizer que a quantidade de Festivais no Estado é significativa, como é o Anápolis Festival de Cinema, o DIGO, o SEJA, o PIRIDOC, o AFIC, o Curta Canedo, O Festival de Faina, FIVAC, FACI e tantos outros que priorizam temas como diversidade, ecologia, educação, política, religião e outros temas.

Os Cineclubes também são uma plataforma de exibição, formação e aproximação dos realizadores com o público. Além de ser um coletivo que agrega pessoas e instituições, o Cineclubismo é um importante formador de opiniões e de público para o audiovisual. No Brasil, Festivais e Cursos de cinema foram criados a partir dos cineclubes e Goiás não fica fora dessa realidade. São 40 os cineclubes no Estado de Goiás e mais da metade se concentra na região metropolitana de Goiânia. Os Cineclubes oferecem cursos de cinema, sessões cineclubistas, diálogos com realizadores e encontros cineclubistas para o desenvolvimento das artes audiovisuais em nosso Estado.

Muitas outras atividades da cadeia audiovisual não foram comentadas neste texto, ficaram de fora as produtoras independentes, a comercialização e distribuição, as Rodas de negócios e tantas outras do audiovisual como é o caso da pesquisa e a produção de conteúdo cinematográfico.

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Por Francisco Lillo

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